18 de out. de 2007

Testemunho sobre a palavra escrita. Dói de mais! Como é doloroso e sofrido escrever palavra - seja ela doce ou amarga. A imagem que me alcança é a de um caracol galgando o tronco de uma árvore, com o propósito de chegar lá no alto. Uma manhã inteirinha para construir um único parágrafo. Escrevo, leio, risco o que até então havia escrito, reescrevo, releio, inverto, tento simplificar, por vezes a saída é o abandono da idéia inicial - uma briga de foices, coisa muito feia! Diante de tanto sofrer, o que faz com que eu continue é o barato, a chapacão que a palavra impressa produz no meu coco. Sedutora, usa com extrema habilidade as armas que dispõe: a sonoridade (quase que visual), o significado (isolado ou em meio ao diálogo com outras tantas palavras), as imagens que evoca, as múltiplas possibilidades de leitura e coneccões,... Por se inscrever num outro tempo e espaço, diferentemente do tempo da palavra falada, essa é a forma onde melhor me encontro.

E a viagem que juntos iniciamos, também se coloca como um tempo que me possibilita vivenciar mais intensamente a prática da leitura e da escrita - meu desejo.

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